sexta-feira, junho 23, 2006

Guantánamo passa impune na cimeira euro-americana


Na passada quarta-feira, dia 21 de Junho,realizou-se em Viena a cimeira anual entre os E.U.A e os representantes da União Europeia. Teoricamente,o objectivo desta cimeira seria "reafirmar a forte relação transatlântica".

Nesta cimeira,os dirigentes europeus,por pressão do parlamento europeu, questionaram Bush sobre a prisão ilegal de Guantánamo,sobre os voos secretos da CIA sobre território europeu e sobre a politica dos vistos a "duas velocidades" para os cidadãos europeus (os gregos e os cidadãos de nove dos novos paises europeus são obrigados a apresentar visto para entrar nos E.U.A, enquanto que os cidadãos americanos podem circular livremente no espaço dos 25).

O chefe de Governo da Áustria, que preside actualmente a U.E, "pressionou" Bush para o encerramento da prisão de Guantánamo, mas obviamente que as respostas do chefe de estado americano foram ambiguas,como é normal. Bush disse que encerraria a prisão "quando as condições o permitirem" e que "gostaria de fechar Guantánamo", no entanto, encontram-se lá "assassinos a sangue frio" que "assassinarão alguém se forem libertados". Pois bem,vê-se aqui noção de justiça de George Bush,que não se priva de chamar "assassinos" a pessoas que não têm acusação formada nem julgamento marcado. Posso afirmar, que ,no minimo, conheço um assassino e ele não está em Guantánamo, mas sim encontrou-se em Viena. Falo,obviamente do próprio Bush, cujos crimes, tal como os crimes dos fundamentalistas islâmicos,deveriam ser julgados.

O que é vergonhoso é, que apesar de haver cidadãos europeus presos em Guantánamo, a U.E não assume uma posição mais clara e combativa em relação aos crimes do Estado dos E.U.A. O que não é de admirar, senão veja-se, a titulo de exemplo, quem é o presidente da comissão europeia: nada mais, nada menos que o nosso "querido" Durão Barroso, "bushista" convicto e cumplice dos crimes da invasão do Iraque.

Na cimeira, Bush referiu, como é hábito desde há uns tempos, a questão nuclear no Irão, além de referir também a Coreia do Norte. Em relação ao Irão, sejamos claros, esta questão não passa de mais uma "guerra do petróleo" que Bush quer começar. O que é um facto é que todas as actividades relacionadas com o nuclear no Irão estão previstas no Tratado de Não-Proliferação. Por outro lado, apesar de condenar como é obvio a aquisição de armas nucleares,pois são nocivas seja qual for o Estado que as produz, é necessário realçar a situação especifica do Irão: o Irão está rodeado de potências nucleares (Paquistão,Russia,Israel), depois já foi visto que a posse de armas nucleares é uma forma de do Irão evitar uma invasão por parte dos E.U.A. Senão veja-se o caso da Coreia do Norte, que propôs abandonar a produção de armas nucleares em troco de uma promessa de não-agressão por parte dos E.U.A. O Irão sabe que a posse de armas nucleares poderá ser uma garantia de defesa de um possivel ataque.