A direita contra o laicismo e a República

Estas propostas revelam, efectivamente, a posição da direita em relação ao laicismo do Estado e ás conquistas de Abril. Aliás, o próprio Mota Amaral referiu numa entrevista ao Público que "antes do 25 de Abril, o patriarca até ficava num trono ao nível dos ministros". Pois, parece que o Sr. Mota Amaral não sabe que houve uma Revolução e que uma das conquistas dessa Revolução (conquistas enfraquecidas que tendem a desaparecer pela acção reaccionária da direita), foi, efectivamente, a laicização do Estado, conquista essa que ainda não foi concluída, senão veja-se a influência que a Igreja Católica exerce no Estado e na sociedade portuguesa. Parece, portanto, que o Sr. Mota Amaral e restantes companheiros da direita querem um retorno à teocracia salazarista, desejo que, pessoalmente, não me admira. Quanto ao facto de a direita desejar que os descendentes da família estejam representados no Protocolo de Estado só demonstra que esta "ainda não digeriu o 5 de Outubro", ou então deseja um espécie de "sistema misto", ideia que deve ser combatida em nome de uma República laica e Socialista. República laica e Socialista que o PS, apesar de ser mais razoável do que a direita, propriamente dita, não defende.
Estas posições reaccionárias do PSD e PP serão sempre um perigo contra a República, contra a laicismo do Estado, e , consequentemente, contra a democracia, pois nenhum Estado monárquico e teocrático é verdadeiramente democrático.
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