sexta-feira, setembro 08, 2006

Miguel Portas defende intervenção da ONU

Miguel Portas, destacado membro do Bloco de Esquerda (B.E), afirmou que a intervenção portuguesa na missão imperialista da ONU no Líbano "é necessária". Segundo ele, pesando os argumentos contra e os argumentos a favor, os segundos saem a ganhar.
Como militante do B.E, isto preocupa-me. Preocupa-me na medida em que demonstra que o B.E está a cair cada vez mais para a direita. Eu ingressei no B.E com a convicção que é um partido susceptível de se tornar a direcção revolucionária da luta política dos trabalhadores portugueses, no entanto, até agora isso não se tem verificado. O que se tem verificado é a transformação do B.E num partido de esquerda parlamentarista perfeitamente "enquadrado" no sistema capitalista.
As declarações de Miguel Portas vem confirmar precisamente isso: como é que um eurodeputado de um partido supostamente anti-imperialista vem defender a última ofensiva do imperialismo ocidental? Sim, porque o sr. Miguel Portas é inteligente e sabe perfeitamente que a definição desta missão como "humanitária" é pura retórica. Se a ONU tivesse verdadeiramente preocupações "humanitárias" nunca teria permitido a criação do Estado de Israel nem perpetuado as suas acções terroristas.
Os militantes do B.E que realmente são marxistas revolucionários devem lutar contra estas posições e evitar que o Bloco de Esquerda se torne num partido "domesticado" pelo imperialismo, evitar que o Bloco de Esquerda se torne um novo PS.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

parece-me que esta será meramente a opinião individual de Miguel Portas (da qual, tal como tu, discordo profundamente); assim sendo, e não tendo [feliz e pluralmente] o Bloco instituido internamente qualquer regime de centralismo democrático(??) é bom que se respeite a opinião diferente da nossa.
é assaz preoucpante o uso parolo que fazes de clichés PREC'ianos, como seja o caso de «direcção revolucionária da luta política dos trabalhadores portugueses», certamente que a única opção para fugir ao «partido de esquerda parlamentarista perfeitamente "enquadrado" no sistema capitalista» será essa organização com tremenda influência de massas, Ruptura/FER...
o Bloco surgiu para arejar em muitos aspectos, o bafio das catacumbas do PREC não cheira mesmo nada bem...

6:45 da manhã  
Blogger Agita! said...

a tua repugnância por expressões como "direcção revolucionária" não me surpreende nada. aliás, qualquer expressão que possa transmitir pensamentos mais revolucionários repugna qualquer "pluralista" reformista dos quais o BE está cheio.
Muito mais incomodativo que o "bafio" do PREC é o cheiro insuportável da esquerda reformista social-democrata que acha que qualquer linha ideológica que defenda abertamente a destruição do regime burguês é "parola".
Quanto ao ruptura/fer, eu nunca disse que pertencia a essa corrente, mas tal presunção não me admira, tendo em conta a actual "caça às bruxas" que acontece no BE. é irónico que, nesta questão, o "pluralismo" é esquecido. é também irónico que na "revolução de todas as cores" o vermelho seja posto de lado, devido ao seu carácter "parolo".

No entanto,polémicas à parte, agradeco a contribuição. gostaria era que fosse acompanhada de assinatura, pois gosto de saber com quem estou a falar.

Tiago Silva

8:48 da tarde  

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